sinopse

“O URSO que NÃO ERA” é a história de um urso que vivia numa floresta.
“Quando os gansos migram para sul e as folhas das árvores ficam amarelas, vermelhas ou castanhas e começam a cair, o Urso procura um lugar para dormir, dormir o seu sono de inverno, hibernar até a primavera...”. Mas, enquanto dorme, tudo vai mudar... e quando acordar na primavera, espera-lhe uma grande surpresa...
Uma analogia brilhante à época, mas muito atual tanto pela crítica à perda de identidade, como também, pela abordagem ao capitalismo, à indiferença e a diferença, às rotinas, à poluição e destruição da natureza.
Este apelo à reflexão de uma forma tão cómica é soberbo. Quem somos? Ursos? Homens tontos? Ou o quê?
e nós que somos
“O Urso Que Não Era” é o nome do livro de Frank Tashlin (1946) traduzido para português por Miguel Gouveia (2016), pela Editora bruaá, a nossa inspiração para este projeto.
A proposta de Márcia Leite em dirigir com a Filipa Mesquita, do Teatro e Marionetas de Mandrágora, fez todo o sentido, reconhecendo o seu trabalho como criadora, artista inconformada e mérito no trabalho que tem desenvolvido no teatro de objetos. A oportunidade de assistir de perto o seu trabalho na companhia Teatro e Marionetas de Mandrágora contribuiu para o crescimento dessa vontade de estar junto. Agora lançamo-nos neste desafio independente, e com uma vontade ainda maior de construir juntas e ir mais além.
“O URSO que NÃO ERA” agrega artistas que se cruzam e cruzaram em diferentes momentos e agora quiseram unir energias para um trabalho comum.
Um processo de crescimento, afirmação e também um ato de resistência, o reconhecimento de uma vontade de fazer, uma oportunidade de conviver com a genialidade e sensibilidade de cada um, de falar, questionar e mergulhar no teatro e teatro de objetos.

o porquê deste espetáculo
Há pouco mais de dois anos, final de 2019, Márcia Leite deparou-se com o livro de Frank Tashlin. Ao fim da sua primeira leitura, foi imediato: “Esta história dá uma peça de teatro”. Desde esse momento, surpreende-se com as (re)descobertas sobre as histórias, as suas e as do livro, as redes que se criam, recriam, perdem-se, (re)cortam-se e reapropriam-se, e tornam-se a fonte de criação de um novo objeto artístico.
São narrativas que nos tocam que nos levam a maturar essa vontade de continuar, seguir este caminho.
Uma provocação, um ímpeto à liberdade de criar, quer individual quer coletivamente.
Na década de 50, do século XX, a América testemunhou uma grande explosão da cultura popular, alimentada por uma nova prosperidade e novas tecnologias. Nessa época, os humoristas e outros perceberam que o mundo real importava menos para as pessoas do que o mar de sons e imagens que os meios de comunicação de massa, cada vez mais poderosos, injetavam nas vidas americanas. Onde estamos a ver isto hoje?
Ora um autor satírico é “obrigatoriamente” um moralista, e com toda a diversão Tashlin mostra-nos a importância de rejeitar as ilusões do consumismo para a realidade da emoção humana.
Estávamos no pós II Guerra Mundial, ponto de viragem na história do Homem. Hoje, início da década de 20 do século XXI, vivemos um momento de incerteza, agora a nossa guerra é outra. A pandemia fez paralisar o mundo, revelou de forma muito clara a precariedade e ignorância em que vivemos. O perigo iminente da perda da identidade (de outras guerras...), da liberdade, questiona a democracia e o caminho para a sustentabilidade. Hoje e pelo futuro, a natureza alerta-nos para o que poderá ser a nossa última oportunidade?
De muitas e diferentes formas, em permanente adaptação a cada época, contexto e lugar o teatro tem desempenhado um importante papel como prática comunitária, meio de crítica social e de afirmação conciliando cada vez mais as suas vocações de “divertir”, “dizer” e “agir”.
O teatro de objetos nesta prática artística, permite o diálogo com um público bastante abrangente, através da sua força simbólica, carga emocional e construção da narrativa.
A apropriação do tema pelo coletivo permite a sua transformação e transposição para palco, gera um bem maior, mais do que isso, quer gerar mais conhecimento, partilhável com os outros.
Acentua-se a vontade e a liberdade para inventar, criar, mas também, receber o que a comunidade quer dar. Dá-se um encontro de objetivos pessoais e o bem comum: pelas artes e para as artes.

ficha artística
- DIREÇÃO ARTÍSTICA Filipa Mesquita, Márcia Leite
- TEXTO Frank Tashlin "The Bear That Wasn't"
- TRADUÇÃO Miguel Gouveia
- VERSÃO CASTELHANO Carlos Santiago
- ENCENAÇÃO Filipa Mesquita
- INTERPRETAÇÃO Márcia Leite
- COMPOSIÇÃO MUSICAL Ricardo Augusto
- CENOGRAFIA Marta Fernandes da Silva apoio José Luís Loureiro
- MARIONETAS Rúben Gomes apoio Hélder Silva
- ADEREÇOS Marta Fernandes da Silva, Rúben Gomes
- FIGURINOS Vânia Kosta
- DESENHO DE LUZ César Cardoso
- FOTOGRAFIA DE CENA Raquel Balsa
- VÍDEO PROMOCIONAL Zito Marques
- DESIGN Raquel Balsa
- ILUSTRAÇÕES Rúben Gomes
- COORDENAÇÃO GERAL Márcia Leite
- APOIO A PRODUÇÃO Carmelina Leite e Joana Miranda
- PROJETO FINANCIADO POR Governo de Portugal - Direção Geral das Artes, Fundação Lapa do Lobo
- APOIO Município de Viseu > Quinta da Cruz - Centro de Arte Contemporânea, Museu Municipal de Espinho, Fórum de Arte e Cultura de Espinho, Museu Nacional Grão Vasco
- PARCEIROS Teatro e Marionetas de Mandrágora, oficina do Zé ferreiro
- AGRADECIMENTOS Ana Filipa Rodrigues

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